Começo este artigo quebrando a promessa que eu havia feito no anterior, a que este seria uma crítica a uma feature superestimada, mas é por uma boa causa.
Vou falar da Gameworld 2011, evento gamer (ou nem tanto) que rolou nos ultimos dias 11, 12 e 13/03 no espaço de eventos do Shopping Frei Caneca em São Paulo.
Acho que podemos encarar esse como uma mini-cobertura, primeiro porque somos amadores, e depois pelo tamanho da feira, que a meu ver transformou qualquer mega-cobertura em um mega-desperdício.
Somos amadores, então o que eu falo aqui é do ponto de vista de um simples gamer, um mero garoto que joga, e nada mais que isso. Digo isso porque neste tipo de evento aparecem ainda desenvolvedores (tão coitados quanto os gamers) e outros figurões como gerentes de marketing e outros costas-quentes de produtoras e distribuidoras.
Eu e o Lira chegamos na feira por volta das 10:15. Grande bagunça na entrada. Finalmente estamos dentro. Podemos dizer que neste horário ainda estava vazio, pois conseguíamos dar 2 ou 3 passos sem esbarrar em algum garotinho suado ou duplas vó/neto.
De cara, o estande da Level Up, com as tradicionais promoters fantasiadas tipo “nunca-joguei-mas-sou-gostosa”. Já tinham entrado bem no clima caça-níqueis que envolvia o estande em si.
Tendo começado a encher a mochila desses brindes de eventos de utilidade duvidosa, (não ganhei nenhuma caneta!!!) nos deparamos com o estande da Nintendo. Ou melhor, com uma massa semi-organizada ao redor de uma redoma plástica gigante. O tema do estande: Nintendo 3DS. Um fila gigante se formava para experimentar o novo portatil. Não dava pra ver o fim. O pouco interesse que tinha de experimentar se esvaiu quando eu vi aquele mundaréu de minigameiros. Posso dizer que era o unico estande realmente “caprichado” da feira, depois explico porquê.
Continuamos andando, e agora estávamos no estande da AMD/ATI. Um computador com placa ATI e com joysticks de XBOX rodava em um telão Super Street Fighter 4. Bom, vamos experimentar? Teríamos feito isso se dois caras não tivessem monopolizado o controle. E eu achava que a galera gamer era solidária e entendia as necessidades de seus “fellows” gamers, mas que nada. A primeira realidade de um evento gamer: Jogue o quanto puder, inanição é o limite! Um deles tava lá fazia tanto tempo que uma roda de suor tinha tomado as costas, uma verdadeira pizza lombar, com direito a cheiro de queijo e tudo o mais.
Ah sim, fora o cuidado em montar esse palco de partidas de Street Fighter, o estande tava bem relaxado e totalmente montado nas coxas. É como se os caras soubessem que a molecada só ia vir pra jogar mesmo.
Próximo estande, e segundo grande caça-níqueis, estande de uma escola de design gráfico chamada “Saga”. Uma espécie de promoter veio falar com a gente perguntando “Vocês curtem jogar ou se interessam por desenvolver?”. Só jogo mesmo amigo, obrigado. Ele não disse nada mas nem precisou, a resposta que ele deu “ah aproveitem a feira… então…” soou como “Bom vão a merda…. então…”.
Já não lembro a ordem, mas em breve nós achamos o estande da Saraiva. A loja havia dado como propaganda descontos em sua loja online exclusivos para quem estava na feira. Bastava você acessar a partir de um computador instalado no local. Bom, realmente rolaram promoções, mas sempre que você ouvia falar de uma que interessava, já tinha uns 5 caras na fila do computador. Pelo que entendi ali, no mesmo estande a Saraiva estava promovendo um campeonato de GT5 (eu acho que quera GT5), instalado em um quiosque especial com volante , pedais e cambio, usando oculos 3d. A idéia era que o cara que fizesse o melhor tempo naquela pista levava para casa um PS3. Não preciso dizer que a fila só não estava maior que a fila do 3DS. E nessa os caras ainda tinha jutificava: iam tentar ganhar alguma coisa.
Havia um estande da konami, muito bem montado, com bastante coisa pra montar, embora nada que fosse ultra novidade. Colado com o estande da Konami, estava o estande da NCGames, organizadora do evento e bolso onde certamente vai parar boa parte da grana gerada pelo marketing da feira. No estande da NCGames tinha de tudo, incluindo um jogo de luta livre com movimentos e golpes totalmente aleatórios que eu joguei vs. o Lira. O destaque mesmo estava para um local do estande onde um Wii rodava um “Michael Jackson Experience”, e que estava sendo jogado por dançarinos profissionais. Deixo o link do lira explicando o porquê:
Lira responde usando seu vasto conhecimento empírico
Vendo aquela galera dançar tão bem realmente empolga inicialmente, para logo depois você ver que está a anos-luz de aproveitar bem o jogo.
Passando no estande da Arvato Games, principal “prensadora” de mídias no Brasil, e agora publisher de jogos da Disney, tive a oportunidade de jogar “Tron”. Tava bem simples, e vazio. Acho que jogos da disney não pegam muito os ditos “Hardcore Gamers”, que recheavam o evento. “Hardcore Gamers”, no contexto da feira, se resumiam a pessoas como nosso amigo de costas suadas da foto do começo do artigo.
No estande da Microsoft/Xbox, deu pra ver que eles foram direto ao que interessava. Gears 3 de um lado e Kinect do outro. Sem estereotipar, eu acho que vi uns 30 caras iguaizinhos a esse andando pelo evento.
No estande da Warner, três PS3 com Bulletstorm, o qual so consegui jogar depois do Lira usar seu skill de mudar a cara para um refugiado/flagelado e implorar por mim.
Também no estande da Warner, rolava o novo Mortal Kombat. Não deixaram eu bater foto. Plantaram um cara ao lado da tela pronto pra dar uma ponte na frente do monitor caso alguém sacasse uma câmera e acionasse o disparador.
Seguindo um rumor, entrei na fila (e convenci ao Lira) do estande da Nvidia. Uma caixa preta no centro do evento, onde apenas duas pessoas entravam de cada vez. Parecia que tinha coisa boa lá dentro. Enquanto estávamos lá dentro, dois caras da lista Gametracks e conhecidos nossos apareceram la, o @ebcsouza e @JoseRocha. Eles tinham chegado lá no horário de pico, e não tiveram muita paciência pra checar tudo. Eu também não teria.
Ainda na fila, começa a rolar um sorteio de brindes. Uns jogos e um kinect foram sorteados. Bom, chegou a nossa vez de entrar no estande. O que encontramos? Um local desorganizado, bagunçado, com um monte de pcs diferentes, alguns bem meia boca. O espaço era de 6m x 6m e ainda assim era possível se sentir perdido. Simplesmente não dava pra saber onde você deveria sentar pra jogar alguma coisa, nem que tecnologias estavam sendo expostas.
O Lira acabou jogando um F1 em um monitor de 19” usando a tecn0logia 3d da nvidia, a 3dView (com óculos). Eu consegui jogar o Mafia II em três monitores simultâneos também usando o 3d View. Daqui eu consigo dar uma prévia do que na verdade deveria ser o meu segundo artigo aqui: o de como a tecnologia 3d nos games é uma bela furada.
Saimos de lá com o pessoal da gametracks, para uma rápida confraternização em um bar dos arredores. Sim, falamos sobre games. Da confraternização, seguimos para uma loja da Saraiva onde o pessoal pode fechar o dia aproveitando umas promoções, o @JoseRocha que o diga!
Meu veredito final é que a feira apesar de bem intecionada, estava mal organizada. A sensação que deu foi a de um evento feito nas coxas. Se bem que acho que o principal motivo de ter sido assim foi por conta da maior parte do público ser de faixa etária relativamente baixa e que portanto não estava se importando muito com a qualidade da coisa em si, desde que pudessem jogar alguma coisa. Foi como abrir as portas de um açougue para um bando de hienas famintas.
Aqui com os “Devoradores” já é o segundo evento que vou, e até agora infelizmente nada valeu realmente a pena. Será que vai demorar muito para vermos feiras aqui do cacife das grandes feiras internacionais?
Abraço, e até a próxima, dessa vez vou tentar não adiar o artigo!