Quem leu minhas matérias passadas percebeu que indiquei dois jogos relativamente antigos. O Edu, por exemplo, queria porque queria que eu escrevesse sobre Dead Space 2, famosão e tal, mas críticas e comentários sobre esse tipo de jogo você encontra em todo lugar. A intenção aqui, como o nome da coluna diz, é passar a minha impressão de jogos que realmente indico, que marcaram minha vida de PC Gamer e que realmente me surpreenderam. Dito isso, podem esperar alguns jogos “velhos” em meus próximos textos. Muita coisa me surpreendeu ao longo dos anos e merecem a devida atenção, independente de quantos anos já se passaram.
E nessa terceira indicação não fujo a regra. O escolhido é Hidden & Dangerous 2, shooter/adventure em terceira pessoa, mais stealth do que outra coisa, da segunda guerra mundial.
O fato é que centenas de jogos tem como tema a segunda guerra mundial, e que muita porcaria já foi feita (e está sendo feita até hoje), principalmente tratando-se de FPS que já chegou até a cansar: “Mais um shooter da segunda grande guerra…”. Esse é uma excessão.
Hidden & Dangerous 2 foi muito comentado em seu processo de desenvolvimento principalmente pelo fato de sua produção estar a cargo da Illusion Softworks (hoje conhecida como 2K Czech, responsável pelo atual Mafia II), mesma criadora de Mafia: The City of Lost Heaven, que foi um tremendo sucesso de crítica na época. Chegou até a ser comentado que foi um dos primeiros jogos com um cenário tão detalhado que envolvia o tema guerra. Foi lançado em 2003 somente para Windows.
A história gira em torno de um personagem principal, Major Gary Bristol, membro da SAS, abreviação de Special Air Service, força especial do exercito britânico com origens em 1941 que serviu de modelo para outras forças especial ao redor do mundo.
Junto com o Major você controla um pequeno grupo de soldados em missões secretas e sempre extremamente arriscadas e tensas. Por exemplo, se infiltrar sozinho em uma fortaleza inimiga roubar alguns documentos, matar alguns generais, e sair andando pela porta da frente. Mas nem sempre acontece dessa forma, e isso é que deixa o jogo ainda mais interessante pelo fator “como vou me livrar dessa agora”.
Você percorre 20 missões entre 9 campanhas bem longas. A dificuldade do jogo é bem elevada e requer planejamento e tática para completar determinados objetivos. Sair simplesmente atirando em tudo e todos não vai resolver absolutamente nada, exceto quando você já completou o objetivo principal e está fugindo. Mesmo assim essa não é uma boa idéia.
Uma possibilidade interessante é o posicionamento de seus soldados enquanto joga. Você pode posicionar um especialista sniper em determinado ponto do mapa te dando cobertura, por exemplo, enquanto você se preocupa com seu objetivo. Interessante também é perceber o avanço bem sucedido de seus soldados se convertendo em experiência, tanto física quanto mental, como em um RPG.
Em resumo o jogo me impressionou bastante na época por esses motivos, gráficos bonitos pra época, jogabilidade inovadora misturando shooter, terceira pessoa e stealth, e também pela dificuldade. Lembro que pra entender e conseguir completar a primeira missão do jogo levei dias. Isso só a primeira missão! Claro, no hard.
Infelizmente não tive a oportunidade de experimentar o primeiro jogo da série, principalmente por questão de hardware apropriado que eu não tinha, mas certeza que um Hidden & Dangerous 3 com a tecnologia atual e o mesmo nível de criatividade envolvendo um tema tão banal para jogos (segunda guerra) seria muito bem vindo nos dias de hoje.
Gameplay
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Imagine que você está no meio de um pesadelo, ao seu redor tudo está escuro, algumas velas acesas no chão com símbolos desenhados, como em um ritual. Um homem com capús está fazendo movimentos com os braços como se estivesse esfaqueando o ar, então, em um piscar de olhos, você se vê dentro de um banheiro público esfaqueando de verdade alguém que você nunca viu antes.
Esse é o inicio da trama de Fahrenheit, publicado na américa do norte como Indigo Profecy.
O personagem principal da trama é Lucas Kane, um cara qualquer que acaba se envolvendo por acaso (ou não…) em um assassinato. Os outros dois personagens controláveis são os detetives Tyler Miles, e Carla Valenti. Ambos com personalidades bem marcantes diga-se de passagem. Ou seja, você precisa esconder seus rastros para que a polícia não descubra que você é o assassino mas ao mesmo tempo agir como policial e descobrir quem é o culpado. Parece estranho, mas os desenvolvedores até que souberam lidar com isso bem no decorrer da trama, que revela uma surpresa atrás da outra.
O jogo foi laçado em 2005, publicado pela Atari e desenvolvido pela francesa Quantic Dream.
Devo dizer que esse jogo me impressionou em vários aspectos quando o joguei, em meados de 2006. Posso arriscar a dizer que esse foi o primeiro “filme interativo” já lançado (não consigo lembrar de nenhum outro antes desse). Ele trás uma jogabilidade bem inovadora para um adventure 3D. Os personagens que você controla durante o jogo se movem como qualquer outro adventure, mas as interações com o mundo são feitas de forma diferente. Por exemplo, há um momento em que você controla Tyler em uma partida de basket. Nesse momento aparece um “Get Ready!” no meio da tela e alguns botões que você precisa apertar na seqüência que eles piscarem, exemplo esquerda, pra cima, direita, direita. Se você apertar na seqüência certa e no momento certo ele acerta o drible e marca ponto, caso contrário ele é barrado e perde a bola pro adversário. Esse mesmo sistema se repete em vários momentos do jogo, desde tocar guitarra para relaxar até lutar boxe.
E falando em relaxar, é interessante dizer que o medidor de “vida” no jogo (na verdade, um dos medidores) é o nível de tensão do personagem. Atitudes que você toma podem te deixar deprimido, aflito, bem como podem te deixar animado. O problema é que se você ficar muito deprimido pode acabar enlouquecendo e a história acaba ali mesmo. É, o jogo acaba, por isso é bom pensar antes de tomar certas decisões.
Dito tudo isso creio que alguns devam ter se lembrado de Heavy Rain, certo? Bom, comigo aconteceu o contrário. Lembrei na hora de Fahrenheit quando Heavy Rain foi lançado em 2010 e não foi por acaso, ambos foram criados pela Quantic Dream. E pelo que assisti e li sobre Heavy Rain tive a impressão de ser uma versão mais moderna e aprimorada de Fahrenheit, com uma jogabilidade bem similar. E claro, enredo voltado a investigação policial em forma de filme interativo.
Fiquei com muita vontade de joga-lo, mas infelizmente esse só foi lançado para Playstation 3.
De qualquer forma, se você, como eu, não tem Playstation 3, pode e deve experimentar Fahrenheit sem medo. Os gráficos vão parecer meio toscos comparando com os jogos de hoje em dia, mas existem vários fatores positivos que valem a pena serem conferidos.
E até que a detetive Carla ficou bem sexy só de calcinha e blusinha em seu apartamento…
]]>Devorem seus teclados (e mouse’s)! Eu sou o Salese e fui convidado pelos devoradores para compartilhar alguns jogos, mas não de consoles, e sim aqueles que você, antes de olhar as recomendações mínimas, torçe para que sua placa de vídeo suporte.
Não tenho nenhum console atualmente, parei no Playstation One, e para ser sincero, desde que conheci os jogos para PC nunca mais tive vontade de comprar um vídeo game novo. Dito isso, a cada aparição minha aqui indicarei um jogo que vale a pena conferir mesmo que você seja um viciado em PS3, Xbox ou derivados.
O primeiro jogo que destaco aqui é “Z”. É, o jogo só se chama “Z” mas se pronuncia “Zed”. Lançado em 1996 pela Virgin Interactive e desenvolvido por uma empresa chamada The Bitmap Brothers, “Z: Guerra Interplanetária” foi o título recebido quando foi lançado no Brasil pela coleção Games do Estadão, do jornal O Estado de São Paulo. Você só precisava de um 486, 66MHz, 8 MB RAM e 2x no CD-ROM que rodava tranqüilo, eu mesmo rodava esse jogo no 486 que meu pai usava pra trabalhar na época.
Posteriormente foi lançado também para Playstation em 1997 e para Sega Saturn em 1998, mas com certeza o aproveitamento foi outro nos consoles, nada como um teclado e um mouse para se jogar esse tipo de jogo.
“Z” é um típico jogo de estratégia em tempo real. Primo bastardo de Command & Conquer, não tinha o menor pudor. Xingamentos e violência desenfreada entre robôs. E o melhor é que saiu para PC totalmente em português no Brasil.
O vídeo de abertura já mostra uma nave de carga com dois robôs de ressaca de tanta cerveja (latas de óleo, no caso) que atrasaram a entrega dos suprimentos para o general no campo de batalha, que parece bem bravo com eles…
Logo após a abertura você já é jogado no meio da ação (afinal, estavam atrasados).
A mecânica funciona mais ou menos como um Capture the Flag, e o mapa e todo dividido por territórios. Você começa com uma base central e o inimigo também, e ao redor existem zonas que você move os soldados para capturar e tornar seu. Quem conseguir capturar o maior número de territórios nos primeiros momentos do jogo terá vantagem pro resto da partira, uma vez que nesses territórios existem fabricas que constroem soldados, tanques, jipes, etc.
Isso nos leva a inteligência artificial do jogo que é notável, singular e esquisita ao mesmo tempo.
Você não constrói nada nesse jogo, as instalações estão todas lá, você só precisa tomar o território. Se estiver vazio, é só chegar. Se for do inimigo, acabe com eles e tome para você, e não se esqueça de fortalecer as defesas para que não façam o mesmo com você!
O movimento dos soldados é esquisito em alguns pontos, você clica para eles irem até determinado local, mas a rota tomada pode ser a mais inesperada. Da mesma forma que seus soldados podem tomar decisões inteligentes sem seu auxilio, como pular pra dentro de um tanque vazio ou de uma metralhadora de chão para proteger sua fortaleza.
“Z” é um jogo de estratégia em tempo real para os menos obsessivos e mais descompromissados, e que não deixa de ser extremamente difícil no decorrer das missões. Perca um minuto e não tome aquele território que você vai sofrer lentamente o resto da partida inteira.
O jogo tem um humor fantástico, palavrões e piadas de mal gosto o tempo inteiro, do tipo “Pelo amor de Deus, faça alguma coisa!” quando você está sendo dominado pelo inimigo, e “Seu Idiota! Canalha!”.
Quem quiser experimentar essa belezinha hoje em dia pode usar um software chamado DOSBox que emula o MS DOS e baixar também os 10MBs do jogo. Testei no Windows 7 x64 e rodou de boa.
Um abraço e até a próxima.
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